Secretaria Municipal de Saúde sai na frente no combate à hanseníase
Dados revelam que a cidade de Imperatriz é hiperendêmica
A
Secretaria Municipal de Saúde de Imperatriz – SEMUS, através do Programa de
Controle da Hanseníase de Imperatriz, em conjunto com a equipe do Centro de
Referência Nacional em Hanseníase e o Hospital das Clínicas da Universidade
Federal de Uberlândia, promoveram na tarde desta quarta feira (25), um
importante seminário para a apresentação dos resultados do projeto “Aplicação
de tecnologias moleculares, imunológicas e de geoprocessamento para
caracterização epidemiológica, diagnóstico e monitoramento da hanseníase em
área hiperendêmica do Maranhão”.
O
seminário é de suma importância para alertar aos profissionais de saúde e
principalmente a população sobre a gravidade do problema relacionado à
hanseníase. A situação é grave, entretanto, a boa notícia é que os indicadores
epidemiológicos apontam uma curva decrescente no número de casos. De 2008 a
2011 houve uma redução de 43,3% para a população em geral, enquanto em menores
de 15 anos a redução foi de 25,8%. No maranhão, onde as maiores incidências da
doença, além de Imperatriz, estão em Açailândia e São Luis, a redução foi de
14,3% nos últimos 4 anos.
Para
ministrar a palestra, a SEMUS trouxe de Uberlândia, Minas Gerais, uma grande
autoridade no assunto hanseníase, a professora doutora Isabela Maria Bernardes Goulart,
coordenadora do Centro de Referência Nacional em Hanseníase. Segundo ela, o
apoio das autoridades de Imperatriz foi de suma importância para o andamento do
projeto e conseqüente queda dos números. O Maranhão investiu quase 400 mil
reais de 2009 a 2012 em projetos e ações contra a hanseníase.
Isabela
Goulart chamou atenção dos profissionais de saúde para o empenho na luta para
mudar o perfil de Imperatriz na questão da hanseníase. O diagnóstico precoce e
a atenção na circulação do bacilo, bem como saber que só o verdadeiro
suscetível vai adoecer, são fatores preponderantes no combate à doença. A
hanseníase tem cura, tem tratamento, mas é preciso muito empenho dos
profissionais para erradicar a doença.
Mais dados
A
Hanseníase é um problema de Saúde Pública no Brasil e milhares de pessoas todos
os anos são acometidas por essa enfermidade no país, sendo que nos últimos dez
anos as pesquisas mostram que no Estado do Maranhão, 14,7% dos municípios
apresentaram um Coeficiente de Prevalência maior que 20 casos/10.000
habitantes, o que lhes confere um caráter hiperendêmico, pois dentro do sistema
do OMS, o Coeficiente é de um caso para 10.000 habitantes.
Neste estudo se objetivou investigar o Perfil
Epidemiológico da Hanseníase no Município de Imperatriz, região Sudoeste do
Estado do Maranhão, Brasil. Também, averiguar quais os fatores que vêm
contribuindo com a atual incidência. A coleta de dados foi realizada através do
SINAN, Sistema de Informação de Agravos de Notificação, do total de pacientes
atendidos no período de janeiro de 2006 a agosto de 2008, no Complexo de Saúde,
localizado no bairro Parque Anhanguera, do município estudado.
Segundo
dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), no Maranhão são cinco casos a cada
10 mil habitantes. A meta da campanha é reduzir até o fim do ano esse número
para três casos a cada 10 mil habitantes, o que, para a OMS, ainda é
preocupante.
No
período da pesquisa se ressaltou um número de 1.058 casos nos anos de 2006 a
2008, sendo o maior percentual no ano de 2006 que foi de 39,51%, seguido de
2007 com 35,54% e em 2008 com 24,95%. Contudo, foi observado que esta
enfermidade se apresenta endêmica, mesmo com menos notificações anuais. Este
esboço constitui uma importante contribuição para o conhecimento da Hanseníase
no Município de Imperatriz.
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