Cavalos soltos nas ruas podem trazer inúmeros danos à saúde humana
Trabalho intenso do Centro de Controle de Zoonoses revela muitos fatos desconhecidos da população de Imperatriz


Um trabalho árduo e intenso do Centro de Zoonoses, inclusive nos finais de semana, é a retirada de animais de grande porte das vias públicas, principalmente os cavalos. Este animais podem trazer inúmeros danos à saúde humana. Por isso, é fundamental que se adotem estratégias de prevenção ao aparecimento de zoonoses.
Segundo o veterinário Paulo Henrique Soares e Silva, coordenador do Centro de Zoonoses, o principal e mais conhecido prejuízo para os moradores de Imperatriz com relação ao envolvimento de cavalos nos danos à saúde é o acidente de trânsito com automóveis, motocicletas, bicicletas e até mesmo carroças! A fatalidade nesses acidentes atinge um nível elevado no município.
O Centro de Zoonoses tem uma equipe composta por seis profissionais, um caminhão à disposição para fazer a captura desses animais, de domingo a domingo, tentando retirar esses animais das vias públicas, principalmente com o objetivo de evitar acidentes.

Particularidades curiosas

O coordenador Paulo Henrique faz questão de lembrar que um cavalo solto em uma via pública pode morder e agredir qualquer pessoa. “Com a mordida, um cavalo pode transmitir várias doenças para o ser humano, inclusive a raiva”,diz Paulo Henrique.
“O animal solto em via pública está fugindo porque ele está em busca de alimento. Este é o seu objetivo principal. Entretanto, quando ele não encontra seu principal alimento na beira da pista, que é o capim, a tendência é que ele vá procurá-lo no lixo disponível nos sacos plásticos ou mesmo depositados a céu aberto”, afirma Paulo Henrique.
A conseqüência deste ato é quase inimaginável. Uma vez aberto o saco de lixo, o convite está feito ao mosquito transmissor do calazar, porque este é o seu ambiente predileto: o lixo e a sujeira. Sua atração é imediata. Ele passa o dia se alimentando de lixo e à tarde ele vai sair para picar um cão ou um ser humano.
Um cavalo solto pode sujar a cidade rasgando o lixo, atrair doenças como o calazar e o mais surpreendente: As fezes do cavalo são ricas em um bactéria chamada Clostridium tetani, que é a causadora do tétano. “Se alguém pisar em fezes de cavalo, principalmente se ela for recente, descalço, com corte no pé, ele pode ser contaminado pela bactéria do tétano”, alerta o veterinário Paulo Henrique. Além disso, o cavalo pode transmitir a febre maculosa, diversas micoses, a leptospirose, a febre maculosa e a doença de Lyme ou borreliose, estas duas últimas transmitidas pelo carrapato do cavalo. Existem ainda outras doenças como a rinopneumonite eqüina, o mormo e a brucelose.

Números assustam

Em Imperatriz, são capturados em média 70 cavalos todo mês. Todos são levados para o Centro de Zoonoses, onde fica por 8 dias à espera do proprietário, que, para reaver seu animal terá que pagar uma taxa no Banco. Após esses 8 dias, o animal automaticamente passa a ser propriedade da prefeitura municipal, podendo ser doado gratuitamente para qualquer morador de Imperatriz, desde que seu destino seja a zona rural. Em último caso, se o animal não for adotado ou tiver uma condição clínica para ser doado, ele será sacrificado. 
Recentemente, foi detectado um caso de uma criança mordida por um cavalo no Mercadinho. A preocupação foi muito grande, porque a raiva é uma doença que não tem cura. “A certeza é de que 100% dos animais, seja, cão, gato, boi, porco, cavalo ou ser humano contaminado, vai morrer de raiva”, sentencia o coordenador Paulo Henrique.
Segundo o coordenador do Centro de Zoonoses, “o número atinge 100%, porque até hoje só houve um caso de cura em 2004, de uma adolescente em Milwaukee, Estados Unidos. Este paciente passou mais de um ano internado na UTI”. Segundo ele, ainda hoje, morrem cerca de 80 mil pessoas todos os anos.
O trabalho da Secretaria de Saúde de Imperatriz é intenso. O sistema de vacinação é constante. Duas campanas são feitas na cidade todos os anos com o objetivo de vacinar todos os cães. O Centro de Zoonoses é um posto fixo de vacinação, onde os interessados podem levar seus cães e seus gatos para serem vacinados. Além disso, o órgão dispõe ainda de soro contra picada de cobra, aranha, lagarta, escorpião que é disponibilizado no hospital municipal e na UPA.

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