Paralisação Nacional dos médicos:
Atendimento de emergência será
mantido em Imperatriz
“Queremos anunciar o clamor social em favor da
Saúde da população e com isso, Imperatriz faz a sua parte, cumprindo seu papel
social com responsabilidade e mesmo integrando-se ao movimento nacional, não
haverá paralisação da classe”. Observa o vice-presidente do CRM do Maranhão,
médico José Carlos Fernandes.
De
acordo com o prefeito Sebastião Madeira, “todas as categorias têm direito a
procurar melhorias de trabalho. A classe médica tem uma grande responsabilidade
nos serviços de urgência e emergência, que, ressalvadas, ela tem todo o direito
de se manifestar”.
Sobre
o movimento desta quarta feira, Madeira reiterou a importância da paralisação. “Motivos
para reivindicação não faltam. A Constituição brasileira dá direito universal
ao cidadão brasileiro ao acesso à Saúde. Infelizmente, o financiamento do
governo federal não é na mesma proporção. Por fim, o médico é a primeira
barreira, pois é nele que a população chega primeiro, tanto nos hospitais
públicos, nos consultórios particulares e nos convênios. É o médico quem recebe
o maior impacto”.
Redução
de recursos federais - A secretária de saúde, Conceição
Madeira lembrou que “por conta da gestão federal, cerca de 17 milhões de reais
deixaram de ser investidos na saúde de Imperatriz”. Isso é um reflexo das
desigualdades sociais entre as regiões brasileiras. Embora o número e a
proporção de médicos por habitantes no Brasil aumentem a cada ano, a
distribuição dos profissionais ao redor do país continua sendo um problema.
Segundo ela, a
grande verdade é que "No Brasil, não há nenhuma vontade política em levar
médicos para o interior ou para as regiões Norte e Nordeste. O governo fala em
criar cursos de medicina nessas regiões, em trazer médicos do exterior, mas não
fala em política de recursos humanos para garantir uma boa carreira ao médico
nessas cidades. De concreto mesmo, apenas medidas para maquiar a
situação."
Também
presente ao encontro, o médico Alisson Mota de Aguiar, diretor geral do
Hospital Municipal de Imperatriz, afirmou que desde 2009 a prefeitura de
Imperatriz vem lutando muito por recursos necessários para gerir o sistema, que
é bastante complexo: “Com o aumento do número de leitos no Socorrão,
conseguimos ampliar o recurso destinado á Saúde do município. Isso é apenas parte
de um conjunto. Problemas como a falta de médicos não vão ser solucionados como
quer o governo federal, pagando 8 mil reais aos médicos portugueses”.
Entretanto,
segundo Alisson Mota, depois das manifestações pelo país, a verdade veio à tona
e “todos descobriram que os recursos federais para a área da Saúde existem de
fato, o problema é que quando a população grita por Saúde, ela enxerga apenas o
médico, esquecendo de enxergar a má gestão dos recursos por parte do governo”.
Importação
de médicos – Segundo o prefeito Madeira, o governo
federal está tomando medidas equivocadas, entre elas, trazer milhares de
médicos sem o necessário controle, sem curso de revalidação de diploma, que é o
normal.
“Agindo
assim, a Saúde do povo brasileiro estará sendo colocada em risco, porque todos
nós sabemos que para formar médicos em países como a Bolívia e como Cuba, os critérios
são extremamente elásticos”. Apenas 4% dos médicos cubanos que fazem o Revalida
no Brasil são aprovados. “Imagine abrir totalmente as portas para estas pessoas
exercerem a medicina em nosso país. Isso é colocar em risco a vida da nossa
população. Para nós, o mais importante é a proteção à Saúde da população”.
José
Carlos Fernandes disse na oportunidade que não só o CRM do Maranhão, mas também
o Conselho federal e a Associação Médica Brasileira são contra a importação de
médicos sem a avaliação do diploma: “nós não sabemos que médicos são esses que
estarão chegando aqui e muito menos a qualificação deles. Fora isso, se eles
entendem e falam a língua portuguesa é um aspecto muito importante a ser
observado. Além disso, antes não haviam recursos para a Saúde e de repente este recurso apareceu. Será que
o problema é só a falta de médico ou será que é também a falta de estrutura e
de hospitais?”, ressaltou o vice-presidente. [Lidio Almeida – ASCOM]
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